quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Que progresso é esse afinal?



Ao ler em "Admirável mundo novo" o trecho sobre o Processo Bokanovsky, método de reprodução/multiplicação de embriões, lembrei de um vídeo do Pearl Jam chamado "Do the evolution": http://www.youtube.com/watch?v=84-PMKUp-fc

O Processo Bokanovsky é identificado como progresso e como um dos principais instrumentos da estabilidade social por ser capaz de produzir "homens e mulheres padronizados, em grupos uniformes" ("Admirável Mundo Novo", versão digitalizada e disponibilizada neste blog, p.10).

Que progresso é esse afinal?

O final do vídeo lembra muito o livro de Aldous Huxley, no qual aparece uma série de humanos dominados pela máquina e outros sendo produzidos em série (padronizados)...

Vale a pena conferir.

"It's evolution, baby..."

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

REUNIÃO FINAL

Personas mui gratas,

Nossa reunião final para discussão do livro "Admirável Mundo Novo" é hoje!

Local: Bloco A - Campus Básico - UFPA
Horário: 16h

Espero todos lá!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SARAU DO ANEM

No penúltimo sábado do mês de outubro, dia 23, ocorreu o I PRIMEIRO SARAU DO PROJETO ANEM, na casa de uma das participantes do projeto.
O local ambientado de modo que todos(as) pudessem interagir com os objetos e com a poesia concomitantemente, criou uma esfera de conforto para os presentes o que resultou em um encontro bastante prazeroso e aconchegante. Os participantes eram solicitados a se expressarem pela escrita de poesias e desenhos nos cartazes afixados nas paredes.
A música, nesse sentido, contribuiu para dar um toque especial ao momento. A seleção foi especialmente pensada no intuito de fazer uma retrospectiva de música brasileira, mixando os mais variados ritmos, desde forró, passando pelo soul e samba-rock, e terminando no iê-iê-iê da jovem guarda.
A primeira atividade do Sarau foi dada começa com o violão de renato, uma espécie de pedido para que todos(as) se juntassem e tentassem responder as perguntas, nada fáceis, diga-se de passagem, que foram distribuídas no ínicio do evento.
Em seguida, houve um momento de movimento em que se realizou o teatro de Augusto Boal. O convite era para que todos(as) interagissem uns com a figura dos outros(as) e, após alguns repetições, as expressões se tornaram soltas e pudemos, enfim, tocar palmas ao esforço coletivo!
A partir daí, seguiu-se a mistura de dinâmica de palhaços trovadores, comida leve e com toque doce, desenhos em cartazes, mais música e dança. E, enfim, ficaram as lembraças e a fotos. Até o próximo!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO



Para a leitura gratuita e virtual desta obra, clique aqui.

" Você já se imaginou vivendo em um mundo onde não existem doenças, envelhecimento ou o próprio medo da morte? Um mundo onde cada um tem sua própria função e gosta daquilo que faz? Foi isso que Aldous Huxley imaginou em 1932 quando escreveu o fantástico livro “Admirável Mundo Novo” (Brave New World, no original em inglês).
Huxley nasceu na Inglaterra em 1894, mas ficou pouco tempo lá, indo morar na Itália, onde, nos anos 20, começa sua carreira literária com a publicação de “Amarelo Cromo”. Na década seguinte, Huxley muda-se pra a França e assim surge o mais famoso romance do autor, o “Admirável Mundo Novo”. Huxley não era de ficar muito tempo em um só lugar, então em 1937 vai para a Califórnia, onde (apesar da sua “quase cegueira”) publica sua última obra “A Ilha”, vindo a falecer na cidade de Hollywood em 1963.
A história de “Admirável Mundo Novo” se passa num futuro distante (635 depois de Ford) onde há muito tempo o casamento e a união foram banidos e a fidelidade é vista como um delito muito grave. Onde a angústia e a depressão são esquecidas facilmente com a ajuda de uma droga lícita (distribuída pelo governo) e sem efeitos colaterais chamada “soma”. Neste mundo não existem mães e pais, mas apenas provetas e centros de condicionamento, nos quais, as pessoas passam sua infância sendo “adestradas” (através de um tipo de hipnose durante o sono) para seguirem normas impostas pela sociedade.
Neste “mundo novo”, a sociedade é formada por castas. Cada casta tem a sua própria função e status social, o que gera uma certa discriminação com quem pertence a uma casta diferente. Dentro deste enredo, aparece Bernard Marx, que por ser fisicamente diferente dos membros de sua casta, sente-se solitário nesta sociedade onde todos deveriam ser de todos. Tentando esclarecer suas dúvidas, Bernard parte em viajem a uma reserva histórica (semelhante às reservas indígenas atuais, onde as pessoas ainda cultivam os costumes “selvagens” do passado), lá encontra um rapaz chamado John, que tem como mãe uma senhora chamada Linda que, assim como Bernard, também veio do “mundo novo” e, por um descuido, ficou grávida e perdida na reserva. Bernard vê em John uma oportunidade de ficar bem perante a sociedade e resolve levá-lo para a “civilização”. Porém, como bom “selvagem” que é, John acaba por não se habituar às regras e costumes da “civilização”, o que gera alguma confusão.
“Admirável mundo novo” é uma história que apesar de ter sido escrita há muito tempo atrás, ainda se mostra bem atual, pois se traçarmos um paralelo com a sociedade em que vivemos, veremos que existem vários fatores que se assemelham, como por exemplo, o fato que cada vez mais as pessoas se afastam do conceito de família e tentam fugir da realidade por meio de drogas lícitas ou não. E o que seria a programação da maioria dos canais de televisão aberta se não um meio de alienar a população e impor idéias e opiniões?
Huxley realmente escreveu um livro que vale a pena ser lido por jovens e adultos em geral, pois ele expõe questões que nos fazem pensar se no futuro teremos mesmo um mundo admirável ou seremos apenas “marionetes” nas mãos dos que comandam a sociedade."

Fonte: http://brurodrigu.spaces.live.com/blog/cns!2326E0BCE8402C39!199.entry

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobre a igualdade, cultura, direitos humanos e liberdade


Créditos: Desenho de participante do I Sarau ANEM

A reunião do projeto ANEM sobre a fábula de George Orwell, a Revolução dos Bichos, começou com as frases "Todos os bichos são iguais" e "Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros". Como não ver nisso nossos dias? Como
não ver nisso nós mesmos, refletidos e esquadrinhados em palavras?

Não se faz difícil entender porque prosseguimos a falar da igualdade. Igualdade que nos falta, que nos desafia, que indaga a nossa diferença. Afinal, não há motivo mais justo para a criação da igualdade ideológica, senão a diferença, a individualidade fática e fatal, que córroi nossos valores democráticos e nosso senso de justiça. Possuir o poder superior implica na obrigação de tratar com igualdade e, até mesmo, respeito. É o que o mais fraco merece.

Mas, sigamos, continuemos a dizer o que é liberdade para nossa cultura. O que é a liberdade dentro do sistema capitalista onde os opressores são oprimidos pelo lucro ganancioso de si mesmos, sem causa aparente, um caos total. São esses nossos dias
e é isso que nos força a pedir do Direito: - Por favor, a igualdade.

A igualdade do Direito é feita pelos humanos, cheios de falhas e defeitos como também os direitos humanos, cheios de lacunas, impossibilidades, imprecisões, utopias. Humanos Direitos os Direitos Humanos. Assim, a igualdade é suplicante de nossos sonhos, por sua vez, cheios da vontade de liberdade que nos guia. Como não pensar que os Direitos Humanos só o são na liberdade de um sistema econômico, moral, social? Longe desse limite, parecem ser imposições. Posso conversar com você? Não.
Fecha-se a porta do diálogo do Outro seja pessoa, cidade, estado ou país. Fecha-se a porta de um direito humano livre e responsável.

O resto é conversa de bastidores.

sábado, 23 de outubro de 2010

DIA D

Pessoal,

o I SARAU DO PROJETO ANEM é hoje!

Devidamente convidados(as), aguardamos a todos(as)!

Até!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O que é um SARAU?



SARAU - SER EU
por Rogério M. Cattoni


A palavra SARAU origina-se de SER EU.
Origem esta intuitiva e misteriosa, de clareza.
De dimensões intensas e oportunidades inimagináveis.
Seres que fazem este tipo de manifestação o chamam de Sereu, agora... é preciso coragem para assim chamá-lo.
Podemos chamá-lo em silêncio, como quisermos, de Sereu.
Sarau não é só atividade de uns e outros, mas de todos aqueles que trabalham com o movimento de realidades paralelas e que pulam com alegria dentro destas realidades e sabem como fazer isso e ensinam para os que querem aprender de coração aberto.
O sentimento máximo são Todos e a ajuda é vinda de todas as partes e a proteção é uma só e importante neste sentido de divergências. Protegê-lo é o movimento de guerreiros da nova/velha visão universal de vida. Isso é algo que vem junto com aqueles que estão no movimento de despertar para a nova criação.

Fonte:YBYTUCATU

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PRÉ-SARAU

Pessoal,

Como forma de organizarmos o I SARAU DO PROJETO ANEM, que acontecerá no dia 23/10 (Próximo sábado), teremos reunião na terça. Assim, eis as indicações da reunião pré-sarau:

Data: 19/10/2010 (terça-feira)
Horário: 16h
Local: UFPA - Campus Básico - Bloco A


Até!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PRÓXIMO LIVRO !

O LIVRO ESTÁ DISPONÍVEL ONLINE NA BIBLIOTECA DA FAE - CENTRO UNIVERSITÁRIO .


Créditos: Photobucket

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (Animal Farm)

Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.
(George Orwell)


"Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan 'Quatro pernas bom, duas pernas ruim'.

Mas não demora muito para que alguns bichos - em particular os mais inteligentes, os porcos - voltem a usufruir de prilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema 'Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros'. A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados à força".

Fonte: George Orwell. A revolução dos bichos. Tradução: Heitor Aquino Ferreira. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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" 'A revolução dos bichos' é um texto que, a princípio, parece visionário, mas, em poucos capítulos, identificamos os acontecimentos históricos na sátira elaborada pelo grande escritor. George Orwell conseguiu interpretar a realidade com lucidez e quis alardear suas percepções sobre os movimentos sociais, o poder e os indivíduos.

A revolução russa. Major (Lenin); Napoleão (Stalin); Bola-de-neve (Trotsky); as ovelhas, que repetem sem consciência os lemas; os cavalos com seus tapa-olhos que só conseguem olhar para o trabalho; as galinhas que se perdem na dispersão; o burro empacado em suas verdades; os cães fiéis à guarda de seus donos... Todos personagens históricos, escravos da própria revolução, prisioneiros dos sonhos depauperados...

Como alterar a história? Tornar-se sujeito ativo de transformação? Reescrever os velhos mandamentos e ensaiar uma precipitada revolução ou elaborar uma nova análise das conjunturas a fim de reavaliar nossos princípios?

A revolução dos bichos se repete na história. Novos personagens assumem os papéis dos protagonistas e o enredo continua... Alguns preferem a silenciosa leitura dos fatos, outros desejam escrever novos capítulos...

É, caro leitor, precisamos de engajamento, de comprometimento com os mandamentos que norteiam nossas ações e de coragem para espreitar a realidade com olhos de transformação sem apagar a memória de nossas conquistas históricas.

George Orwell, escritor, jornalista e militante político, participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi perseguido junto aos anarquistas e outros comunistas pelos stalinistas. Desencantado com o governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944. Nenhum editor aceitou publicar a sátira política, pois, na época, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Só após o término da guerra, em 1945, é que o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial".

Fonte: Recanto das Letras

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

REUNIÃO CONFIRMADA (RETIFICAÇÃO)

Quéridos e Quéridas,

Todos(as) que quiserem participar de nossa próxima reunião, que debaterá o livro "O recado do morro" de Guimarães Rosa, serão bem vindos(as). Abaixo as informações sobre data e hora:

Data: 24.09.2010 (Sexta-feira)
Horário: 16h
Concentração (Local): Bloco A - Sala 5 - Campus Básico - UFPA

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O recado do morro

Pessoal,
Aí vai a sinopse do nosso próximo livro com reunião prevista para a próxima semana!
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A história ilustra o mundo sem lei. No sertão, vigora a regra, e não a lei - a regra da aliança e da vingança. Para o autor, estão em jogo ali novamente os destinos da civilização e da cidadania brasileira.

O recado do morro, os personagens-viajantes se deslocam pelo interior de Minas e por vários campos do saber, ao mesmo tempo em que recontam e decifram antigas estórias, relatos da loucura e mitos anônimos. Nesse conto, uma rede de narradores é estabelecida para passar adiante uma estória que, ao final, ainda é a mesma embora já seja outra.

O recado do morro, ouvido por Gorgulho, é contado para seu irmão Catraz, que o reconta para o jovem Joãozezim, que o narra para Guégue, o guia que se orienta por referências móveis. A partir daí, o recado vira boato e pode ser ouvido no discurso apocalíptico de Nômini Dômini, nos números inscritos pelo Coletor na parede da igreja, ou na letra cantada ao violão por Laudelim, até que se torna compreendido por seu destinatário, o guia Pedro Orósio, que sempre ouvira as diversas variações
da mesma história sem atinar para o fato de que isso era um aviso de sua própria morte.

Constituído pelas relações cooperativas e desarmônicas entre saber e não-saber - entre aquele que sabe e aquele que não sabe, entre o que cada personagem sabe e as formas como o sabe e o compartilha -, o conto opera com formas e temas não-excludentes, que podem ser verificados pelos freqüentes processos de tradução capazes de dar sustentação a uma poderosa estrutura fractal e em rede.

À medida que a comitiva avança sertão adentro, o recado vai sendo passado de boca em boca a personagens excêntricos: bobos, loucos, lunáticos, fanáticos religiosos e um menino, até chegar aos ouvidos do músico Laudelim, que transforma a mensagem numa canção. Traduzido para a música, o recado é então compreendido por Pedro Orósio, a tempo de receber o aviso do Morro sobre as intenções de seus falsos amigos.

O morro da Garça, em Minas Gerais, assume papel de destaque no conto, ao enviar mensagem de morte à personagem principal do conto, captada por um visionário sertanejo e afinal percebida a tempo por tal personagem.

Fonte: Mundo do Vestibular (!). Acesso em: 18 Ago 2010.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Relatório da obra "Caim", de José Saramago

[OK, já faz algum (considerável) tempo que lemos o livro, mas aqui está, finalmente...]


O falecido autor, com um propósito que a princípio se nos mostra inescrutável, resolve escolher uma dentre a extensa gama de múltiplas figuras alegóricas que atuam como personagens no "Livro dos Disparates" para servir de norte à narrativa. Na realidade, por motivo que vai se tornando um pouco mais claro ao longo da história (em que pese o caráter meramente especulatório de qualquer conclusão a respeito, eu diria apenas para fins de interpretação conforme, aos moldes do que fizemos no nosso debate), Saramago fixa Caim como pivô de sua releitura, por meio de deus e de uma marca no meio da testa do dito mortal.


Embora eu não soubesse disso em razão da minha quase nula cultura bíblica (e que vergonha), Caim de fato recebe um sinal físico de Deus [redação oficial], evento que marca a sina que lhe destina o Criador, na ocasião em que este toma conhecimento do assassinato de Abel. No original, o propósito reside na estrita punição eterna de Caim, a quem só resta andar vagabundo por aí, não podendo sequer ser morto, sob pena de o homicida receber castigo sete vezes mais grave (o porquê do número? Maneirismo divino...). E assim a história de Caim encontra desfecho em sua descendência, até onde me consta não se voltando a contemplar o que restou do errante irmão ingrato.

Ora, que oportunidade interessante, deve ter pensado Saramago, para completar a história do personagem perdido. Uma espécie de conto inacabado do Antigo Testamento.


Foi o que ele fez, deveras. E aí encontro o primeiro motivo para a eleição de Caim, se é que isto importa sumariamente ao relatório, não obstante explico mesmo assim: uma significativa falha narrativa por parte dos glosadores da Bíblia, evidente erro de continuidade, e por culpa de deus. Se ele pelo menos não tivesse mencionado que o sujeito não poderia morrer, presumir-se-ia o óbito; mas nem isso. Vislumbra-se aí pano para manga e o primogênito vira protagonista e título da obra.


A quem parecer simplista a conclusão (pois ela é), cabe mencionar o que chegou a ser tratado em debate (e que citei acima) como a causa para a escolha de Caim, que parece se tornar mais clara ao leitor à medida que a trama de desenvolve.
Não se esqueça que uma das principais temáticas abordadas pelo autor em "Caim" é exatamente a contradição (estilo cara-de-pau) no comportamento de deus, um contraste entre o bondoso, criador, fonte de misericórdia; e o juiz dos homens e dos tempos, punidor, inquestionável na mais patente das injustiças. Isto é, considerando que o núcleo narrativo de Caim – ou seja, o assassinato de Abel em razão de uma das contradições de deus – traduz perfeitamente o propósito crítico de Saramago, não poderia haver figura bíblica mais adequada ao mister. Isto porque é a partir desta contradição que os demais episódios serão descritos e observados através de lente vermelha de Caim.

Deve-se, contudo, descartar de pronto a ideia de que nosso herói atua como mero espectador dos fatos que presencia ao longo de sua peregrinação. Para isso, basta lembrar do papel decisivo que ele assume ao evitar que Abraão mate o seu filho Isaque em sacrifício a deus, determinando desta forma o rumo da humanidade conforme se conhece hoje.


Pois bem. Fato é que, profundamente contrariado pelas atitudes de deus, mergulhado em questões de cunho quase existencial, Caim parte a lugar nenhum, encontra pelo caminho um parceiro burro por cuja companhia passaria a dar a vida, lança as bases de sua descendência nas terras de Nod e adquire o indigesto costume de mudar de presente a todo momento. Na realidade, a mudança de presentes é explicada por Saramago em interessante digressão sobre a natureza do tempo, o que aproximou de certo modo as reflexões sobre "Caim" das questões levantadas no debate do filme "Quem somos nós?", realizado lá em casa. No atinente à lógica da história, a narrativa de "Caim" é marcada essencialmente pelo rompimento da linearidade projetada sobre a noção que fazemos de "tempo", o que decerto permite ao leitor uma leitura confortável, menos temporal, mais temática e coerente com o desenvolver dos pensamentos do protagonista, a partir dos quais se produzem as críticas do autor.

Em razão do que melhor me socorre à memória no momento, ilustro com o episódio de Sodoma. Nele resta bem claro o alvo de Caim e de Saramago: na ocasião, deus decide pôr fogo na cidade por verificar a peculiar preferência sexual de seus habitantes, sem atentar ao fato de lá haver "inocentes", as crianças e as mulheres que em nada contribuíram para a infração ao ordenamento divino praticada pelos homens. A partir disso, Saramago questiona tanto a prerrogativa de deus para ingerir na vida privada dos homens quanto, de modo ainda mais incisivo, os princípios da justiça divina. A destruição de Sodoma, presenciada por Caim, acaba se tornando um dos argumentos mais utilizados pelo personagem/autor para colocar em xeque a legitimidade de deus.

Outro tema interessante, que também ocupou boa parte do nosso debate, foi a “inescrutabilidade” dos desígnios de deus, amplamente abordado na obra. O fato de não se poder sequer questionar as decisões tomadas pelo todo-poderoso acaba por representar, conforme sugere o autor, imperativo de idiossincrasia e permissividade aos seus atos, a partir daí pouco importando até que ponto se encontra revestida de razoabilidade a Providência.

Acredito ser este o respaldo destinado a manter a distância entre deus e o homem, aquele no poder supremo, este na sua eterna subalternice. E culpa de quem?, pergunta-se. Do próprio homem, que criou Deus à sua imagem e semelhança (e mais uma vez emerge questão mencionada no filme), atribuindo-lhe prerrogativas que mais tarde viriam a lhe autorizar uma série de absurdos como aquelas descritas no livro, bem como tantas outras que se observam do lombo do hipopótamo.

Em verdade a questão fundamental é saber o que queremos é deus ou Deus, conforme mencionado na oportunidade dos debates.

Tratando-se deus da projeção humana, há que se concluir que nele subsistem os defeitos, vícios e fraquezas do próprio homem. Façamos uma leitura mais atenta do significado do Novo Testamento em relação ao seu predecessor, e nessa relação será possível identificar a dialética que alimenta a nossa existência. E sua expressão máxima se consubstancia exatamente na parábola de Jesus Cristo, no sentido mais elementar de sua filosofia, despido de qualquer sentido religioso. A partir deste ponto de vista, acredito não restar dificuldade para definir o que vem a ser, enfim, o termo de Caim, o ponto final à sua discussão perpétua: reconhecer em deus a fraqueza presunçosa do homem e no Homem a eterna sabedoria de Deus, numa busca incessante pela legitimação da própria felicidade (propósito universal), em todos os seus aspectos. Poderíamos começar seguindo o exemplo do "Filho do Homem", que veio à Terra redimir os pecados de deus.

domingo, 11 de julho de 2010

C²: Cinema e Ciência


foto: mariana de matos

Em decorrência do debate do livro do nosso querido José Saramago, "Caim", pelo questionamento de deus que nos foi trazido, viemos a nos deparar este mês com o filme "Quem somos nós?"(2004, EUA).

Esta obra em formato de semi-documentário questiona não quem somos, mas sim o que sabemos, a condizer muito mais com seu título original: "What the b**** we know?". Assim, põe a protagonista Amanda (Marlee Matlin) em uma posição de confronto com a sua forma de acesso ao conhecimento, ao "real", elementos cujo questionamento não cessou durante o decorrer do filme e de nosso debate. Afinal, o que parece sólido, objetivo, perpassa tal qual nossos pensamentos e sonhos por nosso cérebro e, portanto, tem sua constituição alterada por uma sensibilidade subjetiva.

Este argumento é demonstrado na película regida pelo trio William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente, através do exemplo dos aborígenes americanos. Conta a lenda que, quando da chegada dos povos europeus no continente americano, os habitantes locais não conseguiam enxergar as embarcações que traziam os estrangeiros. Isto se deve ao fato de que os barcos da época eram tão diferentes de tudo anteriormente visto por aquela população que eles não conseguiam formar mentalmente aquelas imagens e dizê-las.

Com o passar do tempo, no entanto, o xamã de um daqueles povos começou a notar ondulações não comuns nas águas e passou a mirar atentamente o horizonte na tentativa de descobrir a causa daquele fenômeno. Assim, após alguns dias, conseguiu finalmente enxergar os barcos. A partir daí, começou a dizer aos seus e suas iguais sobre estes aparelhos. Depois de algum tempo, todos e todas puderam ver o que somente o xamã inicialmente pudera.

Ao debater esta lenda, chegamos a conclusão de que seria mais certo dizer que os aborígenes chegaram a ver as embarcações, mas que, em virtude de suas formas de expressar o mundo, somente conseguiram dizê-las após decorrido algum tempo. As suas vidas, profundamente ligadas à natureza, não permitiam a expressão de obras tão "sofisticadamente" produzidas por seres humanos.

Percorremos até aqui o caminho que terminou por esgotar nossas reflexões neste dia de Ciência e Arte, mas que nos lançou ao infinito ao questionar qual a validade do que vemos e qual é nosso papel enquanto estudantes e pesquisadores ao intervir na
realidade... Qual é a dimensão do nosso poder de modificá-la e o que fazer com isto?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Quem somos nós?

Pessoal,

No contínuo de nossas reuniões, segue este blog. Disponho abaixo a sinopse do filme "Quem somos nós?", que será alvo de nossos debates na reunião de amanhã (01.07), às 16h, na casa do Fábio.

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Fonte: UOL CINEMA

Quem somos nós?
Rubens Ewald Filho

Nascido para ser cult movie, este filme diferente ficou mais de um ano em cartaz numa sala em Los Angeles. Depois em São Paulo, também saiu num circuito pequeno e ficou numa única sala criando um publico atraído pelo Boca a Boca. Naturalmente, a critica não entendeu nada chamando-o de "auto-ajuda". Até pode ser um pouco, mas por que não? Que mal há nisso? O fato é que esta é uma original tentativa de misturar gêneros. Ou seja é um documentário diferente, usando atores e personagens, no caso uma atriz premiada com o Oscar, Marlee Matlin no papel da heroína que passa por todos os problemas e dificuldades.

Foi batizado no Brasil de "Quem Somos Nós?". O que não deixa de ser bastante pretensioso. Uma pergunta que, aliás, o filme não pretende responder. Muito melhor é o título original que seria "What the Bleep do We know?" (Bleep - ou blipado, é a maneira que a censura americana na televisão elimina os palavrões. Substitui aqui o expletivo Fuck. Portanto, literalmente seria "Que P**** Sabemos?".

O filme aborda a física quântica de forma leve, deixando-a menos didática e chata, além de questionar o tempo todo o que seria o que vemos. O que é real ou irreal. E como damos valor exato, verdadeiro, para as coisas que nos apresentam no universo. Mais exatamente, se podemos ou não ter certeza se certos objetos "são o que são". Na parte final do filme, um cientista é questionado sobre a existência de Deus. Responde que tem dúvidas, mas se sente como um peixe no oceano. Neste exemplo do peixe, é como se quisessem mostrar o que seria essa dimensão quântica. Os peixes, seríamos nós, e o oceano, seria Deus. Depois falam da utilidade de se pensar quanticamente e como esta nova maneira de ser poderia nos ajudar no dia a dia.

Dão um exemplo: A água de uma fonte de montanha radiografada molecularmente por um cientista fotógrafo tinha uma certa composição, um desenho, e depois de abençoada por um monge budista, esta mesma água, novamente radiofotografada, apresentava uma outra estrutura mais colorida e com um desenho mais bonito. E o cientista diz, se somos feitos basicamente de água, 65%, então uma reza teria este mesmo efeito no corpo humano.

Mas basicamente, o que seria essa percepção que observa? Como é essa realidade que nós humanos construímos? Num exemplo no filme, a realidade não é simplesmente aquilo que vemos. Comprovadamente podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo. E isso é o mais difícil de aceitar. Difícil de entender? Talvez, o filme tenta tornar acessível através de depoimentos e historietas, informações revolucionárias e fundamentais para o homem moderno, dando margem à infindáveis especulações. Mas por isso mesmo fascinante.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Notícia Coincidentemente Triste

Pessoal, segue abaixo notícia retirada do Portal G1:

"O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarota, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18).

A informação foi passada à agência de notícias EFE pela família do escritor de "Ensaio sobre a cegueira".

O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.

O autor era tido como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época.

Entre seus livros mais conhecidos estão "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A balsa de pedra" e "A viagem do elefante".

"Ensaio sobre a cegueira" foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008.

No mesmo ano, uma exposição sobre o trabalho de Saramago foi exibida no Brasil. "José Saramago: a consistência dos sonhos" trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados, reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.

Veja, abaixo, uma lista de romances escritos por Saramago
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009"


O mais chocante pra mim foram as circunstâncias em que fiquei sabendo: ainda agora, quando minimizei o relatório sobre "Caim" que eu começava a fazer e abri a página da Globo.com. Está aparecendo como manchete principal... =(

Que ele descanse em paz.


Abraços..

terça-feira, 25 de maio de 2010

Próxima Reunião

Pessoal,

A próxima reunião na qual debateremos "Caim" de José Saramago será:

Data: 27/05/2010 (QUINTA-FEIRA)
Horário: 16h
Local: Sala A5 - Bloco A - Campus Básico - UFPA


Lembrando que a participação é livre e gratuita, estendemos convite à todos(as) que tenham vontade de participar deste encontro.

Para aumentar esta vontade, vale a pena conferir alguns vídeos do autor disponíveis no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Vd3GBaZNtAw&feature=related ; http://www.youtube.com/watch?v=ihnAvfbX4Rk&feature=related ; http://www.youtube.com/watch?v=EyOcrtCwekM .

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sinopse: "Caim" (José Saramago)


Para se deleitar com o sarcasmo de José Saramago: "Caim", livro escolhido para o próximo encontro.

Abaixo, um trechinho de uma resenha publicada na Revista CULT.

"Ao discutir constantemente com deus, caim desvela o absurdo de compreender qualquer texto em sua literalidade, como palavra absoluta; de ouvir sem interrogar, de agir sem duvidar, de compreender o texto arcaico de uma cultura como história universal e única verdade.

Nesse confronto, há uma interpelação contrária ao discurso narcísico em que o ser deus seria pura volição. A determinada altura, aí está uma revelação de fato, ou melhor, da ficção: “(…) a vida de um deus não é tão fácil quanto vocês creem, um deus não é senhor daquele contínuo quero, posso e mando que se imagina (…)”. Eis o alvo do dedo/deus: o leitor ingênuo, os leitores obedientes, também os que necessitam das catástrofes, e nós, na figura de um leitor implícito, convocados em cumplicidade com o herói caim, que vem pôr abaixo a substituição da humanidade, fundada no repetitivo discurso do Mesmo.

Esse é o caim outro, herói em conflito com o poder da palavra, em viagem da ficção, 'ao deus-dará', como indica o narrador."

SIMAS, Monica. No início era o verbo, depois vieram as interrogações. Revista Cult, São Paulo, n. 141, nov. 2009.

Até breve!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Primeira Contemplação da Arte e sua Inexatidão

O Lobo do Mar e o Pequeno Príncipe conduzem-nos em inquietantes viagens pela contraposição entre Ciência e Experîencia, Razão e Instinto, Viver e Morrer.

De um lado, O Pequeno Príncipe remete-nos ao entusiasmo e estranhamento de um ser em busca de todo conhecimento e vivência possíveis de serem percebidos por alguém, para realizar sua ascese à aceitação da missão, de modo a abraçá-la com amor e total entrega.

De outro, Lobo Larsen e Humpfrey nos angustiam e inquietam ante o contundente confronto entre a força bruta que a vida tem quando precisa salvar a si mesma e o racional apelo pela mantença dos valores de civilidade e humanidade que dão sentido a essa existência.

Na maresia dessas viagens, permiti-mo-nos, por um instante, indaganar-nos, juntamente com o curioso Principezinho, quem são os moradores da Terra. Seria a referência aos “reis negros” apenas uma manifestação de discriminação racista sem justificativa ou seria a utilização de uma metáfora (não menos influenciada por preconceitos seculares) dos muitos governadores maus que habitavam nosso planeta no momento histórico em que se produzia a obra?

Permita-mo-nos também refletir sobre que figuras estão representadas sob o ícone do Bêbado, o viciado que bebe para esquecer a vergonha de beber, sem resolver os problemas ou melhorar de qualquer modo a realidade da qual tem consciência que vive?

Eis que, nesse momento, algo na outra margem dessa viagem nos atrai a atenção como um espelho invertido: que mensagem nos traz ao coração a brutalidade solitária de Larsen, que conscientemente vive em degradante situação no alto mar, sem mudar sua situação apesar de ter conhecimento dela?

Indaga-mo-nos, pois, sobre o que motiva a mudança e a caminhada na vida das pessoas. Quem nos move é o sonho ou a esperança? Sonhos esperançosos ou a esperança de ter realizados nossos sonhos? E mais, em noites frias e úmidas, sob o peso da solidão, do descaso, da imundice, da fome e da dor, onde encontrar sonho e esperança que nos mova?

A viagem na margem do inexperiente Príncipe se mostra como cheia de esperança e entusiasmo, numa doce aceitação do destino por mais triste que ele possa afigurar aos espectadores, rumo a um final feliz eterno. A viagem na margem de Larsen e de Humpfrey desde o início se opõe a crença em qualquer tipo de eternidade metafísica, se mostrando como totalmente descrente de tudo aquilo não materialmente perceptível aos sentidos humanos, estabelecendo sua busca na imediata satisfação das necessidades biológicas do ser humano.

Nossa viagem em busca do que nos move e nos traz essa eterna felicidade continua para o próximo mês, sem pretender encontrarmos tão já as respostas para essas perguntas suscitadas, mas animados e revigorados pela partilha da inquietação e da dúvida.

Eis mais um mês de contemplação da arte e sua inexatidão.


30.04.2010

Suzany Brasil

sábado, 8 de maio de 2010

Sinopse "O Pequeno Príncipe"


"A história mágica que narra o encontro do Pequeno Príncipe , vindo de um lugar distante, com um aviador perdido no deserto. Juntos, eles compartilham experiências que divertem, encantam e tocam o coração. Os sábios questionamentos de um pequeno menino, buscando um pouco mais de sentido para a nossa existência farão o espectador, adulto ou criança, deparar-se com a meninice, fazendo a imaginação fluir no tempo, sentir o perfume de uma estrela, dialogar com uma raposa, ouvir a voz de uma flor, ver o brilho de uma fonte, escutar o barulho das folhas batidas pelo vento, visitar um rei distante, observar a maliciosa dança de uma serpente. Nestes encontros e desencontros desenha-se a história vivida pelo Pequeno Príncipe, pequeno em seu tamanho, contudo grande em suas virtudes, e, sem dúvida, ao seu lado, o universo, ou melhor, a vida, torna-se um lugar encantador".

Fonte: http://universodoprincipe.blogspot.com/2007/09/sinopse_28.html

(...com um pouco de atraso, mas acho que é cabível para deixar registrado nossas leituras.)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sinopse: "O Lobo do Mar" (Jack London)

"O Lobo do Mar é um romance de aventura psicológica, escrito em 1904 pelo romancista americano Jack London. Conta a história de um crítico literário e outros sobreviventes de um acidente marítimo que caem sob o domínio de Lobo (ou Wolf) Larsen, o poderoso e amoral capitão que os resgata em alto mar.

Sua primeira tiragem de quarenta mil cópias esgotou-se imediatamente, antes mesmo de sua publicação, em sucesso à altura do trabalho anterior de London, Chamado Selvagem. A respeito escreveu Ambrose Bierce: 'O grande mérito -- e ele está entre os maiores de todos -- é essa tremenda criação, Lobo Larsen... A inaudita idealização e a construção de uma figura como essa é tarefa suficiente para um homem em toda uma vida... O elemento amor, com suas supressões absurdas, e propriedades impossíveis, é implacável'."

Essa breve análise da obra eu tirei da Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Sea-Wolf) e é uma tradução livre. Ou seja, leiam a versão original que é melhor! =P

Abraços e boa leitura para todos!

sábado, 13 de março de 2010

PROJETO ANEM

A Arte proporciona a abertura para um novo mundo em que emergem formas desconhecidas e questionamentos no campo da pré-idéia, do não exato, onde existe a possibilidade da criação, da invenção. Assim, este título foi escolhido, pois alberga interpretações plurímas ao fincar os alicerces na Arte e no que não se conhece o que possibilita a abertura ao diálogo e ao mundo.

A linguagem poética enquanto expressão tradicional da Arte muito contribui para a formação do ser humano uma vez que manifesta parte de sua essência, que muito vezes permanece oculta devido, especialmente, a um processo de mitigação da cultura perante a ascensão de um modelo tradicional de educação e desenvolvimento, que não atribui valor as práticas sociais.


O Projeto ANEM - A Arte e a Não Exatidão da Matéria - visa o estabelecimento de vínculo entre a Ciência e a Arte, sob um viés não utilitarista, ou seja, que não vise partir do campo artístico para se alcançar o científico, mas que fortifique um diálogo entre as diferentes formas de expressão como forma de superar o modelo rígido de educação proposto nos currículos acadêmicos e possibilitar a sensibilização para a realidade cotidiana.

Tal Projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular Aldeia Kayapó, orientado pela Prof. M. Sc. Sumaya Pereira e vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará através do edital PIBEX/2010. Seus objetivos gerais consistem no fomento das discussões entre Arte-Ciência e contribuição para a formação crítica dos sujeitos envolvidos.

A previsão é de realização de reuniões mensais para o debate de um livro escolhido pelos participantes, que ocorrerá na Universidade Federal do Pará, em data e horário a ser definido coletivamente. Ao final de cada semestre, será feito de um sarau.

A primeira reunião está prevista para o dia 25.03 (quinta-feira), às 16h, na sala A, Bloco A, Campus Básico, da Universidade Federal do Pará. Na ocasião, explicaremos melhor sobre as atividades a serem desenvolvidas e escolheremos os livros a serem lidos durante o Projeto.

Quer participar?! Envie um email para:
najupak_belem@yahoo.com.br , com o assunto PROJETO ANEM.